segunda-feira, agosto 02, 2004

Edição Comemorativa

Resolvi escrever, desequilibrando todo o frágil equilíbrio deste blog. Edmund deveria postar hoje e talvez até o faça, mas não posso deixar de comemorar nossos doze meses de namoro/amizade.

Sim, hoje faz um ano que iniciamos o relacionamento, conforme podem constatar no post em que conto a nossa história (sim, esse troço verde é um link, aliás, todos os troços verdes deste texto são links) .

Há treze meses eu jamais me imaginaria escrevendo neste blog, apaixonada por aquele belo lunático de olhos verdes (tá, estou fazendo propaganda...risos...).

Eu vivia sozinha, ele também, embora sempre cercado de góias (embora ele negue isso veementemente, é um fato). Não só a do post que acabei de linkar, como também uma anônima, que os leitores antigos conheceram pelos comments e tantas outras que quiseram me apedrejar quando cheguei a este lugar.

Também a pior de todas as góias, a lua, grande, velha, gorda e branca, daquelas que nem tem brilho próprio, mas que se achou no direito de escrever poeminha rimado para ele durante a adolescência do ingênuo rapaz.

Ele, porém, não as notava. E escrevia sua feliz solidão, acreditanto que ninguém percebia seus sentimentos. Chegava a contentar-se com a felicidade trazida pelo simples tirar de um sapato apertado, sem saber, na época, que o pixel que lhe faltava atendia pelo nome de Josephine.

O post correspondente a este no ano passado é infinitamente mais belo do que este que escrevo. Gosto de pensar que sou a brisa do texto, embora saiba que não é verdade, mesmo porque foi escrito algumas horas antes de nossa conversa. Era o prenúncio do que nos aguardava, a brisa tinha razão.

Deixo, portanto, com vocês, o texto escrito há exatos doze meses, no dia em que nossas vidas tomavam outro rumo, que nunca poderíamos imaginar.

"Sábado, Agosto 02, 2003

Insistência

Estava eu escrevendo em meu computador quando a luz do sol, sempre alegre e convidativa, aproximou-se e disse:
- Edmund, venha me encontrar aqui fora. Saia da frente dessa fria máquina e venha sentir o meu calor. Não posso mais suportar a saudade de você.

Quem resiste a um chamado assim? Pois bem, resisti.

Então a brisa, suave e refrescante, entrou por minha janela e soprou em meu ouvido:
- Venha, Edmund. Aproveite aqui comigo esse dia maravilhoso. Apague essa máquina, levante-se e saia comigo hoje.

Fiquei sem palavras novamente, mas ainda assim resisti.

A essa altura, meu cabide, sempre sábio e equilibrado, não se conteve e comentou:
- Veja bem, Edmund, veja bem. Não quero ser, veja bem, o dono da verdade, meu caro, mas acho que você, veja bem, deveria sim, meu caro, sair com o sol e com a brisa. Veja bem, Edmund, elas não costumam convidar os viventes dessa forma, meu caro, e presumo, veja bem, que se você não for, meu caro, talvez nunca mais lhe convidem. E tenho dito.

Já estava no limite de minha resistência, mas ainda assim resisti.

Então, meu criado-mudo, que não é meu criado e que tampouco é mudo, não aguentando ficar de fora de tanto falatório, começou a torrar-me a paciencia com tamanha eficiência que para não cair em demência, implorei por clemência.

Dessa vez, não resisti.


E que dia lindo fez aqui. "

EDMUND BONAPARTE 5:45 PM

PS: Ei, respondi aos comentários do texto sobre hibernação (15 de julho).

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Comentários deste post:

"Parabéns, vc´s merecem. "
Shigue

"Parabens!!! \o/ êêêêêê que legal! Sinceramente vcs merecem mesmo, pelo tempo que acompanho esse blog, a uniao de vcs o carinho, a inteligencia. Nossa nao poderia ser diferente. Espero que este ano seja o primeiro de muitos. Abracos, Lilli Ps. To esperando o email tsc tsc tsc. risos "
Lillian


"Que lindo... Tanto o texto, quanto a história de vocês. Beijos."
Moça

"Olá Josephine...
Estava lendo os textos dos links... Como tudo começou, sobre a lua, a felicidade... Textos ótimos.
Parabéns por terem completado um ano juntos e que venham muitos mais.
Lindos dias sempre.
Beijos"
Butterfly

"caraca, gostei muito desse "quase" diário, e adorei a criatividade de vcs dois! tb passo por situações parecidas, mas nunca pensei em passa-las pro papel, ou melhor, pro "pc". tb vivo um caso de amor, no qual ja juntamos as escovas de dentes a dois anos, e morando juntinho....não é fácil...hehehe, imaginem, um lunático e uma semi-lunática (sim, pq com a convivencia...isso pega! heheh)morando juntos...
bjs!"
cyntia


1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

onde mora quinze por sete ???
qual o caminho para lá ?? com quantos disfarces se engana um enigma ?? por que a regra muda de regra a cada fase ??

e era assim, tão longe e tão perto, mas não conseguia achar a resposta de que tanto precisava, não compreendia o que acontecia, alguns sinais tão claros e encorajadores e outros tão indecifráveis que apavoravam.

e aquela confusão toda, e a falta de algum sentimento seguro, foram fazendo ele ficar cada vez mais tonto e confuso.


atormentado, foi obrigado a partir sem nenhuma dessas respostas, e construiu uma nova história e fez o melhor que pôde com o que lhe restou. carregou a angústia daquela dúvida, assim como a falta de palavras, de olhares e de ímpetos.

e sempre que passava por aquela rua fica com aquele mesmo olhar, sente o mesmo frio e o mesmo vazio.
...

e escondido bem escondido em algum canto da casa que ninguém nunca lembra, existe um caderninho já quase desintegrado a pó em que todo dia antes de dormir ele o segura com todo cuidado e escreve mais uma vez bem pequenininho : tomara que seja verdade.

6:35 AM  

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