sexta-feira, julho 09, 2004

Para Entenderem Melhor Edmund. Ou não.

O texto de hoje não é bem um texto. Ou talvez seja, claro, mas não um texto literário, embora eu nem saiba se o que eu faço aqui pode ser considerado literatura. O que quero fazer é explicar algumas coisas.

Claro, Josephine tem essa de achar que ninguém sabe nada e que precisa ficar explicando coisas óbvias a todo mundo, mas quero explicar- também- que eu mesma não sei algumas coisas e enquanto explico para vocês explico para mim também, principalmente.

Cheguei a comentar no outro post que responderia aos comments dos posts de Edmund, achei que, já que eu fazia isso com os meus, ele também deveria fazer com os dele. Mas Edmund vive em um mundo muito diferente do meu. Lê os comentários, gosta deles, faz reload de cinco em cinco minutos para ver se comentaram de novo, mas simplesmente não consegue respondê-los. Por quê?

Bem, acho, quando senta para responder alguma coisa (como fez com o comentário do Cal em seu scrapbook, no Orkut) passa tanto tempo escolhendo palavras, arrumando e reorganizando para que estejam na ordem extrema de perfeição que se ele fosse fazer isso com todos os comentários, provavelmente desmaiaria de exaustão ao terceiro respondido.

Aí Josephine vem com um problema grave. Fiquei mesmo preocupada. E se os leitores, sentindo-se abandonados por não obterem resposta de Edmund, só comentarem os posts de Josephine?? E se ignorarem os textos de Edmund e começarem a responder apenas os de Josephine porque ela responde comentários? Josephine ficaria muito chateada com isso.

Porque o blog é de Edmund, porque os textos dele são ótimos e porque se ele ficar sem feed-back temo que se sinta desestimulado e me largue sozinha aqui de novo, finalmente agora que os textos estão diários e que está tudo tão legal. Josephine ficou traumatizada.

Por outro lado, ele ficará extremamente bravo por este meu texto de hoje (embora eu nunca tenha visto Edmund extremamente bravo por coisa alguma, mas confesso que tento), já que parece que estou implorando comentários para ele. Mentira, estou apenas conversando com vocês, explicando que devem ter paciência, porque Edmund vive mesmo em outra esfera.

Gosta do que escrevem, gosta de escrever, faz textos absurdos de forma tão bem-feita que a gente consegue até acreditar neles, por mais inverossímeis que sejam. Alguns, que você achou absurdo, são absolutamente reais. Claro, o último, acho, é pura ficção. Aquele dos joanetes, do dia 29, também, acho que não foi para valer. Maaas...

Ele gravou o hino da proclamação da república em mp3 (acreditem em mim) em meu computador e no dele, e ouve repetidas vezes, à exaustão, como confessou no texto do dia cinco deste mês. Também colocou fogo em uma árvore durante a infância, conforme o texto A Descoberta do Fogo detalha.

Na verdade, todos os capítulos de A História de um Lunático são reais. De resto, fora o tal "Caldo de Insônia", que duvido muito ter sido feito com os ingredientes relatados por ele (apesar de eu achar que ele acredita que foi real), acho que só as fábulas não são totalmente reais. Se bem que temo que ele fique chocado ao ler isso que escrevi.

Às vezes acho que ele mesmo acredita em suas histórias e gostaria de saber, como bem lembrado pela Heiter, o porquê de todos os seus personagens morrerem ao final das fábulas. Acho que só quem não morreu foi o homem-borracha, mas porque era de borracha, afinal de contas, tentou suicídio jogando-se do alto de um prédio. Felizmente sobreviveu para contar a história, embora não tenha sido ele o responsável por contar a história, senão este seria O Diário do Homem-Borracha. E posso lhes garantir que elasticidade é algo escasso em Edmund.

Enquanto Josephine é quase uma contorcionista, o pobre Edmund mal consegue cruzar as duas pernas ou fazer o abdominal preferido de Josephine: deitada de barriga para cima, ergue as duas pernas (retas) até que formem com o tronco um ângulo de noventa graus. Josephine mantém a posição até quando aguenta...risos...aí abaixa as pernas, lentamente.

Aprendi com a minha mãe, ela fazia isso com uma facilidade tão grande que eu não conseguia entender o porquê de não conseguir. Fazia isso, segundo ela, "para descansar as pernas". Eu fazia para cansá-las mesmo. Pobres músculos abdominais, também ficam em frangalhos. Mas o grande negócio é não desistir. Um dia você consegue. E não flexione as pernas. :)

Edmund, quando criança, frustrou seu pobre pai, que sonhara em ter um filho homem com quem pudesse jogar futebol e passar as tardes de sábado em casa, em frente à TV, assistindo ao jogo do Internacional, ou de qualquer outro time que não fosse o Grêmio.

Edmund até tentou, mas nunca se deu bem com nenhum esporte convencional, o jeito era apostar nos esportes radicais, foi jogar xadrez. Como enxadrista era perfeito! Nunca mais ninguém riu dele em competições esportivas, já que ganhava de todos.

Josephine, coitada, sempre amou jogar xadrez (assim como vôlei, handball, natação, ballet- nunca "joguei ballet", entenda bem- e, principalmente, basquete), mas nunca conseguiu ter concentração para isso.

Edmund é neurótico, perfeccionista, alucinadamente concentrado quando lhe convém. Nunca tive essa sorte. Desligada demais, qualquer energúmeno ganhava de mim no xadrez (e não foram poucos os energúmenos que ganharam) e -pior- eu via exatamente qual era o meu erro estratégico. Ou melhor, de falta de estratégia. Nunca fui boa estrategista.

Na escola sempre fiquei longe do submundo do xadrez, os enxadristas (ou xadrezistas...risos...) eram super ágeis, mentes rápidas e me assustavam. Meus colegas achavam que xadrez era apenas sinônimo de cadeia e não conheciam o jogo. Meus irmãos cresceram e tinham mais o que fazer do que jogar xadrez com a pirralha. Não vejo uma torre e um cavalo (do jogo, por favor) há uns dez anos, mais ou menos. Jogarei novamente com Edmund. Depois conto se perdi ou se fui alçada ao posto de zebra vencedora do ano. Nunca se sabe.

Alguém me perguntou, dia desses (ou antes que me perguntem) o porquê de eu colocar o "F" maiúsculo em ButterFly. Bem, é que alguns lêem como Butterfly (Borboleta) e outros como Buttered Fly (Mosca amanteigada), outros ainda como Flying Butter (manteiga voadora) ou ainda como Butter, Fly! (Manteiga, voe!) Não quero tolher a criatividade de ninguém. Para ninguém me chamar de maluca, provo.

O link existente neste blog que aponta para cá, diz: ":Diário de um lunático: Textos alucinados e deliciosos escritos por um lunático e uma borboleta (ou será uma manteiga voadora?). " Nem eu mesma sei, cara Larissa. Detalhe que a coluna de links dela escorregou e caiu ao pé da página, abaixo dos posts. Mas está lá. Até que ela arrume novamente.

E...respostas dos comentários ao meu último texto, nos próprios comentários. Descobri a América.