Tenho notado algumas alterações que minha nada insignificante presença têm feito na rotina de Edmund. Na verdade houve uma total transformação na rotina de Edmund, poderia dizer que virei sua vida de pernas para o ar, se ele já não vivesse de cabeça para baixo.
Hoje saímos para tomar uma bebida muito apreciada por Edmund, milkshake de cappuccino. Conhecemos apenas um lugar que fabrica o tal milkshake, embora certamente existam quinhentos outros que desconhecemos. Estranhamente, a cada vez que vamos àquela lanchonete, o troço está com um gosto diferente.
No início até que tinha gosto de cappuccino com sorvete e uma calda de chocolate que disfarçava a beberagem de milkshake, mas conforme os dias foram passando o estranho líquido foi ficando cada vez mais estranho. No último dia em que o tomamos ele estava com mais gosto de sorvete do que de qualquer outra coisa. Mais doce, a meu ver, mais gostoso.
Hoje, Edmund com uma vontade quase incontrolável de tomar o milkshake (e quando Edmund tem vontades quase incontroláveis elas devem ser prontamente atendidas, sob o risco de....sei lá o que aconteceria, mas prefiro não me arriscar), acabamos chegando à referida lanchonete e pedindo a tal bebida. Ou melhor, duas, já que sempre o acompanho nessas aventuras gastronômicas.
Eis que chega o copo, tipo tulipa, com o pálido líquido deprimido. Estranhamente a calda de chocolate (que era o que fazia o milkshake ficar "bebível") havia desaparecido, provavelmente abduzida por seres sobrenaturais extremamente sádicos. Experimentei um gole da bebida. Horrível! Gosto de café gelado e sem açúcar, cor de café com leite aguado, líquido.
Sem nem mesmo pensar, levantei-me da cadeira, peguei meu copo e o de Edmund e, sempre sorridente (Josephine é uma criatura bastante simpática, embora não pareça), aproximei-me do balcão. Sob o olhar assassino das três atendentes fiz, sempre sorridente e delicada, minha reclamação:
-Moça, esse milkshake está diferente hoje...na verdade está horrível, um gosto muito forte de café e sem calda de chocolate. - Sem desfazer o sorriso.
Ela, sem disfarçar o olhar maligno, perguntou se eu queria que ela fizesse de novo, afirmei que sim. Voltando à mesa, resolvi comer o salgado que compramos enqüanto o milkshake repaginado não chegava. Ao pegá-lo notei o terrível complô: o salgado estava gelado! Alguém não queria nossa presença naquele estranho lugar.
Não tive dúvidas, peguei o meu salgado e o de Edmund e voltei ao balcão:
-Com licença, moça, alguém está nos boicotando, esse salgado está gelado.
Desta vez com um sorriso amarelo (aquele mesmo), ela pegou os salgados de minha mão e os colocou no microondas, desculpando-se pelo ocorrido.
Alguns minutos depois, volta o líquido do copo tulipa. Aparentemente pouco havia se alterado, acredito que acrescentaram um pouco mais de sorvete e açúcar, mas nada da calda de chocolate. Se não ficou bom como costumava ser, ao menos não ficou tão ruim quanto estava antes. Deglutível, apreciável. Edmund disse que aquilo acontecera porque hoje era dia de comer pizza, não de tomar milkshake. Ele acredita que há um dia pré-determinado para cada alimento no universo.
Enqüanto tomava o milk-shake consertado e comia o salgado aquecido, tive uma revelação, confirmada por Edmund. Perguntei-lhe:
-Eddie, se eu não estivesse aqui você teria tomado o milk-shake com gosto de café gelado sem açúcar e o salgado frio?
-Provavelmente sim. - Foi a resposta que já imaginava ouvir.
Acomodaria-se à situação desconfortável para não tornar a situação desconfortável para as atendentes da lanchonete. Eu me importo com elas, obviamente, mas muito mais comigo e com a qualidade do serviço que deveriam me oferecer, a exótica bebida não é barata e há um cartaz junto ao caixa recomendando-a como se fosse a oitava maravilha do mundo. O mínimo que deveriam me oferecer era um serviço de qualidade e uma bebida condizente com toda aquela fama.
O erro, nesse caso, jamais estaria em reclamar, mas em vender lebre por gato (porque o contrário, mas comum, me alegraria muito, já que adoro gatos e não sou muito chegada em lebres). Porém, Edmund jamais faria isso sozinho, ou até faria, mas com alguns efeitos colaterais que ninguém poderia prever.
PS Livs, temo afetar seriamente a sanidade mental de alguém se começar a postar no blog que você mencionou. Hoje mesmo tive um sonho em que figuraram o Homem-Aranha, um elevador gigantesco com um ascensorista antipático, a mansão do Michael Jackson, o próprio Michael em três versões: pequeno, adulto branco e negro. Houve também um fuzilamento em uma paisagem meio western, aquele sol de rachar no meio do Texas. Edmund, quando lhe contei: "Você tem uns sonhos muito estranhos". Isso porque nos sonhos dele não existe parede, nem chão, nem teto, nem nada, as coisas derretem...ele sonha em rascunho. E meus sonhos é que são estranhos...hum...sei...
PS2 Flip flop diz que sonhou com Edmund e que, no sonho, Eddie "morava em um apartamentinho minúsculo, com somente uma peça, possuía o estereótipo típico de nerd (não querendo rotular, mas já rotulando), e tinha pouco cabelo." Deixe-me esclarecer alguns pontos: Edmund mora em uma casa. Minúscula sim, porém uma casa, com alguns cômodos, eu moro em um apartamentinho minúsculo, mas ele tem mais de uma peça.
Quanto às características físicas, não sei exatamente o que é "estereótipo típico de nerd", mas ele se assemelha aos desenhos que faz dele mesmo (ou não). Quanto ao pouco cabelo, se você notar meu desenho do dia 06 de Fevereiro, perceberá que Edmund tem cabelo sim. E muito cabelo...
Enfim, seu sonho estava todo errado. :) Espero que saber disso não te cause danos cerebrais irreversíveis.
Hoje saímos para tomar uma bebida muito apreciada por Edmund, milkshake de cappuccino. Conhecemos apenas um lugar que fabrica o tal milkshake, embora certamente existam quinhentos outros que desconhecemos. Estranhamente, a cada vez que vamos àquela lanchonete, o troço está com um gosto diferente.
No início até que tinha gosto de cappuccino com sorvete e uma calda de chocolate que disfarçava a beberagem de milkshake, mas conforme os dias foram passando o estranho líquido foi ficando cada vez mais estranho. No último dia em que o tomamos ele estava com mais gosto de sorvete do que de qualquer outra coisa. Mais doce, a meu ver, mais gostoso.
Hoje, Edmund com uma vontade quase incontrolável de tomar o milkshake (e quando Edmund tem vontades quase incontroláveis elas devem ser prontamente atendidas, sob o risco de....sei lá o que aconteceria, mas prefiro não me arriscar), acabamos chegando à referida lanchonete e pedindo a tal bebida. Ou melhor, duas, já que sempre o acompanho nessas aventuras gastronômicas.
Eis que chega o copo, tipo tulipa, com o pálido líquido deprimido. Estranhamente a calda de chocolate (que era o que fazia o milkshake ficar "bebível") havia desaparecido, provavelmente abduzida por seres sobrenaturais extremamente sádicos. Experimentei um gole da bebida. Horrível! Gosto de café gelado e sem açúcar, cor de café com leite aguado, líquido.
Sem nem mesmo pensar, levantei-me da cadeira, peguei meu copo e o de Edmund e, sempre sorridente (Josephine é uma criatura bastante simpática, embora não pareça), aproximei-me do balcão. Sob o olhar assassino das três atendentes fiz, sempre sorridente e delicada, minha reclamação:
-Moça, esse milkshake está diferente hoje...na verdade está horrível, um gosto muito forte de café e sem calda de chocolate. - Sem desfazer o sorriso.
Ela, sem disfarçar o olhar maligno, perguntou se eu queria que ela fizesse de novo, afirmei que sim. Voltando à mesa, resolvi comer o salgado que compramos enqüanto o milkshake repaginado não chegava. Ao pegá-lo notei o terrível complô: o salgado estava gelado! Alguém não queria nossa presença naquele estranho lugar.
Não tive dúvidas, peguei o meu salgado e o de Edmund e voltei ao balcão:
-Com licença, moça, alguém está nos boicotando, esse salgado está gelado.
Desta vez com um sorriso amarelo (aquele mesmo), ela pegou os salgados de minha mão e os colocou no microondas, desculpando-se pelo ocorrido.
Alguns minutos depois, volta o líquido do copo tulipa. Aparentemente pouco havia se alterado, acredito que acrescentaram um pouco mais de sorvete e açúcar, mas nada da calda de chocolate. Se não ficou bom como costumava ser, ao menos não ficou tão ruim quanto estava antes. Deglutível, apreciável. Edmund disse que aquilo acontecera porque hoje era dia de comer pizza, não de tomar milkshake. Ele acredita que há um dia pré-determinado para cada alimento no universo.
Enqüanto tomava o milk-shake consertado e comia o salgado aquecido, tive uma revelação, confirmada por Edmund. Perguntei-lhe:
-Eddie, se eu não estivesse aqui você teria tomado o milk-shake com gosto de café gelado sem açúcar e o salgado frio?
-Provavelmente sim. - Foi a resposta que já imaginava ouvir.
Acomodaria-se à situação desconfortável para não tornar a situação desconfortável para as atendentes da lanchonete. Eu me importo com elas, obviamente, mas muito mais comigo e com a qualidade do serviço que deveriam me oferecer, a exótica bebida não é barata e há um cartaz junto ao caixa recomendando-a como se fosse a oitava maravilha do mundo. O mínimo que deveriam me oferecer era um serviço de qualidade e uma bebida condizente com toda aquela fama.
O erro, nesse caso, jamais estaria em reclamar, mas em vender lebre por gato (porque o contrário, mas comum, me alegraria muito, já que adoro gatos e não sou muito chegada em lebres). Porém, Edmund jamais faria isso sozinho, ou até faria, mas com alguns efeitos colaterais que ninguém poderia prever.
PS Livs, temo afetar seriamente a sanidade mental de alguém se começar a postar no blog que você mencionou. Hoje mesmo tive um sonho em que figuraram o Homem-Aranha, um elevador gigantesco com um ascensorista antipático, a mansão do Michael Jackson, o próprio Michael em três versões: pequeno, adulto branco e negro. Houve também um fuzilamento em uma paisagem meio western, aquele sol de rachar no meio do Texas. Edmund, quando lhe contei: "Você tem uns sonhos muito estranhos". Isso porque nos sonhos dele não existe parede, nem chão, nem teto, nem nada, as coisas derretem...ele sonha em rascunho. E meus sonhos é que são estranhos...hum...sei...
PS2 Flip flop diz que sonhou com Edmund e que, no sonho, Eddie "morava em um apartamentinho minúsculo, com somente uma peça, possuía o estereótipo típico de nerd (não querendo rotular, mas já rotulando), e tinha pouco cabelo." Deixe-me esclarecer alguns pontos: Edmund mora em uma casa. Minúscula sim, porém uma casa, com alguns cômodos, eu moro em um apartamentinho minúsculo, mas ele tem mais de uma peça.
Quanto às características físicas, não sei exatamente o que é "estereótipo típico de nerd", mas ele se assemelha aos desenhos que faz dele mesmo (ou não). Quanto ao pouco cabelo, se você notar meu desenho do dia 06 de Fevereiro, perceberá que Edmund tem cabelo sim. E muito cabelo...
Enfim, seu sonho estava todo errado. :) Espero que saber disso não te cause danos cerebrais irreversíveis.
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