Consciência
Toda vez que sento aqui, diante deste monitor, não sei exatamente sobre o quê escrever. Fico alguns segundos olhando a tela brilhante até que, mesmo nada me vindo à cabeça, começo a dedilhar o teclado, sempre sai alguma coisa, mas nem sempre gosto do resultado.
Passei horas ontem à noite tentando conversar com o cabide do Edmund, já que o Criado-Mudo não me dá a mínima bola. Na verdade nunca ouvi o cabide dizer nada, mas a gente conversa mesmo assim. Edmund diz que ele fica falando de mim quando volto para casa e que frequentemente o aconselha, quando brigamos ou ficamos chateados um com o outro.
Aqui em casa não tenho ninguém, só minha gatinha, a Consciência, que se enrosca em meus pés nas noites geladas e escuta minhas lamúrias, sempre me lembrando o que devo e- principalmente- o que não devo fazer. A Consciência, apesar de castrada, é bem leve, não engordou muito nos últimos meses. Está sempre por perto, descansa ao meu lado e nunca me deixa esquecer as promessas que faço.
Consciência não passa fome, ela está leve, mas é bem alimentada, bem cuidada, bem tratada....faço de tudo para que ela não tenha de que me acusar depois, via de regra, nos damos muito bem. É minha companheira quando estou sozinha, eu a levo para passear durante a tarde e ela sempre me incomoda o dia inteiro quando eu passo a madrugada na internet e durmo a manhã toda.
Estava aqui pensando na Consciência e ela ali, dormindo, quando comecei a estranhar seu nome. Repeti demais "Consciência" neste post e esta palavra começou a tornar-se estranha. Quando repetimos demais uma palavra ela começa a perder o sentido, como se não fizesse parte de nossa língua-pátria. Trocando em miúdos, a palavra desmaia e, pálida, não a reconhecemos mais.
Lembro-me de ter passado dias sem conseguir pronunciar nem ouvir a palavra "Grade" após repetí-la exaustivamente durante uma tarde inteira, na infância. Também aconteceu isso com as palavras "lápis" e "discreto", ambas na adolescência. Claro, isso ocorreu diversas outras vezes, mas essas três foram bem marcantes.
Assim está sendo com "consciência", eu não a reconheço neste instante, embora possa garantir que tal estado não é permanente. Assim espero, senão terei de trocar o nome da gata por algum menos usado...talvez "Tolerância", quem sabe?
Passei horas ontem à noite tentando conversar com o cabide do Edmund, já que o Criado-Mudo não me dá a mínima bola. Na verdade nunca ouvi o cabide dizer nada, mas a gente conversa mesmo assim. Edmund diz que ele fica falando de mim quando volto para casa e que frequentemente o aconselha, quando brigamos ou ficamos chateados um com o outro.
Aqui em casa não tenho ninguém, só minha gatinha, a Consciência, que se enrosca em meus pés nas noites geladas e escuta minhas lamúrias, sempre me lembrando o que devo e- principalmente- o que não devo fazer. A Consciência, apesar de castrada, é bem leve, não engordou muito nos últimos meses. Está sempre por perto, descansa ao meu lado e nunca me deixa esquecer as promessas que faço.
Consciência não passa fome, ela está leve, mas é bem alimentada, bem cuidada, bem tratada....faço de tudo para que ela não tenha de que me acusar depois, via de regra, nos damos muito bem. É minha companheira quando estou sozinha, eu a levo para passear durante a tarde e ela sempre me incomoda o dia inteiro quando eu passo a madrugada na internet e durmo a manhã toda.
Estava aqui pensando na Consciência e ela ali, dormindo, quando comecei a estranhar seu nome. Repeti demais "Consciência" neste post e esta palavra começou a tornar-se estranha. Quando repetimos demais uma palavra ela começa a perder o sentido, como se não fizesse parte de nossa língua-pátria. Trocando em miúdos, a palavra desmaia e, pálida, não a reconhecemos mais.
Lembro-me de ter passado dias sem conseguir pronunciar nem ouvir a palavra "Grade" após repetí-la exaustivamente durante uma tarde inteira, na infância. Também aconteceu isso com as palavras "lápis" e "discreto", ambas na adolescência. Claro, isso ocorreu diversas outras vezes, mas essas três foram bem marcantes.
Assim está sendo com "consciência", eu não a reconheço neste instante, embora possa garantir que tal estado não é permanente. Assim espero, senão terei de trocar o nome da gata por algum menos usado...talvez "Tolerância", quem sabe?
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