Chocada
Intensa demais, me empolgo com tanta força discutindo, conversando e contando histórias que chego em casa com o coração acelerado, a respiração ofegante e milhares de pensamentos desordenados pulando em minha cabeça. Deito na cama, respiro fundo, uma vez, duas, três, como minha mãe costumava me ensinar.
Aos poucos a mente vai voltando ao lugar (o lugar dela não é muito certo, mas ao menos é algum lugar), o coração desacelera, a respiração retorna....coisa semelhante acontece quando escrevo um texto desenfreado, há uma descarga tão forte de adrenalina no sangue que faria qualquer esporte radical parecer uma partida de bocha. Estranho como antes eu não notava que vivia assim ligada na tomada, aliás, até me achava bem calminha.
De uns tempos para cá fui notando que soltava faíscas por aí e esse dilúvio de adrenalina na corrente sanguínea por qualquer coisinha. Porém ontem descobri algo que me tirou da tomada instantaneamente, embora não seja minha intenção repetir a experiência. Saí do banho, a pele ainda úmida, resolvi entrar na internet. Descuidada, coloquei o plug na tomada, encostando o dedo no pino, estupidamente.
Acredito que não haja neste planeta indivíduo da espécie humana que não tenha passado pela experiência de tomar um choque. Creio que tamanha descarga elétrica tenha amortecido parte do meu sistema nervoso porque instantaneamente ele ficou bem calminho.
Como disse, não tenho a intenção de repetir a experiência e nem recomendo que vocês façam isso em casa, mesmo com a supervisão de um adulto, no entanto posso dizer que passei por um tratamento de choque, literalmente, e consegui deixar naquele segundo de terrivel intensidade todo o stress e a neurose que habitavam a minha mente. Porém não adiantou muita coisa, hoje voltei ao meu taquicardíaco estado normal e pude comprovar a total ineficiência, a longo prazo, da ministração de eletrochoques.
Acho que me fará melhor bem comprar aqueles adaptadores para plugs de computador (conecto o meu em um "T", deixando um pino de fora) e certificar-me de que minhas mãos estão bem secas ao mexer em aparelhos elétricos. Engraçado, vejo esses avisos todos os dias quando ando de metrô, com desenhinho e tudo, mas a gente só aprende- mesmo- com a experiência.
Lembro-me de minha sobrinha, em sua baixa infância, que colocou uma chave na tomada e levou um choque imenso, ficando terrivelmente assustada e quase matando sua mãe do coração com o grito que deu. Até hoje, para ela, a tomada tem outro nome, chama-se "dodói da paiêde" (tradução simultânea: dodói da parede).
Efeito final: após a descarga de adrenalina e o aceleramento do coração e respiração, vem o cansaço e abatimento, como se eu tivesse carregado quinhentos quilos de chumbo, ou de pedra. O que, garanto, não fiz. No entanto postar um texto hoje aqui era questão de honra, mesmo porque começo a me afeiçoar à este blog.
Porém, quando demorarmos para postar ou caso algum dia não postemos, jamais feche essa janela, ressentido. Existem, tenho certeza, alguns poucos ou muitos textos neste blog que você ainda não leu e não sabe o que está perdendo (modéstia passou longe e deu tchauzinho), que te fariam bela companhia nesses momentos de total solidão e abandono. Não que eu esteja premeditando nada, é apenas uma sugestão Josephínica.
PS Rafa Parente cogita a hipótese dos ruídos do silêncio levantados por Edmund no post anterior serem uma espécie de comunicação com os mortos que mantemos em estado de sonolência e pede nossa opinião. Rafa, não sei mesmo quanto a você, mas eu e o Edmund não costumamos nos desprender de nossos corpos, muito pelo contrário, estamos muito ligados a eles, nunca encontrei nenhuma alma-penada que murmurasse ruídos ininteligíveis, aliás, nem que gritasse...a bem da verdade, nunca conheci nenhuma alma-penada (nem sem penas) e, sinceramente, não faço a mínima questão de manter contato com elas, ainda que pudessem se comunicar. Já é difícil a convivência com os vivos, ainda teria que me incomodar com criaturas que, se quisessem que se comunicar comigo, não deveriam ter morrido. Já que morreram, que fiquem longe :)
Mas a questão é outra, os ruídos dos quais Edmund falava naquele post são aqueles que a gente ouve em silêncio, acordados mesmo, quando nada mais parece fazer algum barulho, quando tapamos os ouvidos ou qualquer outra atividade consciente inibidora de sons externos. Nada sobre espíritos, nem sobre sonhos ou extraterrestre e vida após a morte.
Quanto à autorização para indicar o Diário de um Lunático no Perturbados
, claro que autorizamos, fique à vontade, lisonjeados ficamos.
PS2 Louco, engraçado que talvez o barulho maximizado de um lugar cheio de gente falando ao mesmo tempo minimize o som do silêncio e, por conseguinte, aumente o silêncio do som, nos fazendo, finalmente, encontrar o silêncio.
PS3 Egometipse, o engraçado é que mesmo com os ruídos interiores em sua comunicação, Edmund consegue ficar sozinho consigo mesmo, bater altos papos e até discutir, sem graves problemas. Quer dizer, ruídos na comunicação sempre trazem problemas. E fiquei com medo daquela história de que temos cerca de um quilo de microorganismos coexistindo em nós...eles deveriam fazer regime, não?
PS4 Flip-flop, biologia também não é minha área (e nem o post era meu para que eu responda os comentários), mas achei deveras interessante sua explicação sobre o caracol martelando em nossos ouvidos. Só não consegui entender como ele segura o martelo, mas a simples presença desse instrumento já explica a existência de algum som no meio do nada. :)
PS5 Coisa óbvia de se dizer, mas de vez em quando alguém pergunta e é sempre útil (e antipático) repetir: todos os textos deste blog são de nossa autoria e nenhum é de domínio público, estando devidamente registrados. Toda citação do conteúdo deve vir acompanhada dos devidos créditos, isto é, o nome do autor do texto e a url do blog, como fez o dono deste blog
com uma frase que copiou daqui. Está de parabéns pelo tratamento correto dado aos autores das frases que coleta.
Aos poucos a mente vai voltando ao lugar (o lugar dela não é muito certo, mas ao menos é algum lugar), o coração desacelera, a respiração retorna....coisa semelhante acontece quando escrevo um texto desenfreado, há uma descarga tão forte de adrenalina no sangue que faria qualquer esporte radical parecer uma partida de bocha. Estranho como antes eu não notava que vivia assim ligada na tomada, aliás, até me achava bem calminha.
De uns tempos para cá fui notando que soltava faíscas por aí e esse dilúvio de adrenalina na corrente sanguínea por qualquer coisinha. Porém ontem descobri algo que me tirou da tomada instantaneamente, embora não seja minha intenção repetir a experiência. Saí do banho, a pele ainda úmida, resolvi entrar na internet. Descuidada, coloquei o plug na tomada, encostando o dedo no pino, estupidamente.
Acredito que não haja neste planeta indivíduo da espécie humana que não tenha passado pela experiência de tomar um choque. Creio que tamanha descarga elétrica tenha amortecido parte do meu sistema nervoso porque instantaneamente ele ficou bem calminho.
Como disse, não tenho a intenção de repetir a experiência e nem recomendo que vocês façam isso em casa, mesmo com a supervisão de um adulto, no entanto posso dizer que passei por um tratamento de choque, literalmente, e consegui deixar naquele segundo de terrivel intensidade todo o stress e a neurose que habitavam a minha mente. Porém não adiantou muita coisa, hoje voltei ao meu taquicardíaco estado normal e pude comprovar a total ineficiência, a longo prazo, da ministração de eletrochoques.
Acho que me fará melhor bem comprar aqueles adaptadores para plugs de computador (conecto o meu em um "T", deixando um pino de fora) e certificar-me de que minhas mãos estão bem secas ao mexer em aparelhos elétricos. Engraçado, vejo esses avisos todos os dias quando ando de metrô, com desenhinho e tudo, mas a gente só aprende- mesmo- com a experiência.
Lembro-me de minha sobrinha, em sua baixa infância, que colocou uma chave na tomada e levou um choque imenso, ficando terrivelmente assustada e quase matando sua mãe do coração com o grito que deu. Até hoje, para ela, a tomada tem outro nome, chama-se "dodói da paiêde" (tradução simultânea: dodói da parede).
Efeito final: após a descarga de adrenalina e o aceleramento do coração e respiração, vem o cansaço e abatimento, como se eu tivesse carregado quinhentos quilos de chumbo, ou de pedra. O que, garanto, não fiz. No entanto postar um texto hoje aqui era questão de honra, mesmo porque começo a me afeiçoar à este blog.
Porém, quando demorarmos para postar ou caso algum dia não postemos, jamais feche essa janela, ressentido. Existem, tenho certeza, alguns poucos ou muitos textos neste blog que você ainda não leu e não sabe o que está perdendo (modéstia passou longe e deu tchauzinho), que te fariam bela companhia nesses momentos de total solidão e abandono. Não que eu esteja premeditando nada, é apenas uma sugestão Josephínica.
PS Rafa Parente cogita a hipótese dos ruídos do silêncio levantados por Edmund no post anterior serem uma espécie de comunicação com os mortos que mantemos em estado de sonolência e pede nossa opinião. Rafa, não sei mesmo quanto a você, mas eu e o Edmund não costumamos nos desprender de nossos corpos, muito pelo contrário, estamos muito ligados a eles, nunca encontrei nenhuma alma-penada que murmurasse ruídos ininteligíveis, aliás, nem que gritasse...a bem da verdade, nunca conheci nenhuma alma-penada (nem sem penas) e, sinceramente, não faço a mínima questão de manter contato com elas, ainda que pudessem se comunicar. Já é difícil a convivência com os vivos, ainda teria que me incomodar com criaturas que, se quisessem que se comunicar comigo, não deveriam ter morrido. Já que morreram, que fiquem longe :)
Mas a questão é outra, os ruídos dos quais Edmund falava naquele post são aqueles que a gente ouve em silêncio, acordados mesmo, quando nada mais parece fazer algum barulho, quando tapamos os ouvidos ou qualquer outra atividade consciente inibidora de sons externos. Nada sobre espíritos, nem sobre sonhos ou extraterrestre e vida após a morte.
Quanto à autorização para indicar o Diário de um Lunático no Perturbados
, claro que autorizamos, fique à vontade, lisonjeados ficamos.
PS2 Louco, engraçado que talvez o barulho maximizado de um lugar cheio de gente falando ao mesmo tempo minimize o som do silêncio e, por conseguinte, aumente o silêncio do som, nos fazendo, finalmente, encontrar o silêncio.
PS3 Egometipse, o engraçado é que mesmo com os ruídos interiores em sua comunicação, Edmund consegue ficar sozinho consigo mesmo, bater altos papos e até discutir, sem graves problemas. Quer dizer, ruídos na comunicação sempre trazem problemas. E fiquei com medo daquela história de que temos cerca de um quilo de microorganismos coexistindo em nós...eles deveriam fazer regime, não?
PS4 Flip-flop, biologia também não é minha área (e nem o post era meu para que eu responda os comentários), mas achei deveras interessante sua explicação sobre o caracol martelando em nossos ouvidos. Só não consegui entender como ele segura o martelo, mas a simples presença desse instrumento já explica a existência de algum som no meio do nada. :)
PS5 Coisa óbvia de se dizer, mas de vez em quando alguém pergunta e é sempre útil (e antipático) repetir: todos os textos deste blog são de nossa autoria e nenhum é de domínio público, estando devidamente registrados. Toda citação do conteúdo deve vir acompanhada dos devidos créditos, isto é, o nome do autor do texto e a url do blog, como fez o dono deste blog
com uma frase que copiou daqui. Está de parabéns pelo tratamento correto dado aos autores das frases que coleta.
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