Aqui, comendo sequilhos da Seven Boys (não, ninguém me pagou nada por essa propaganda), lembrei de ter algum blog em algum lugar. Há um ano, exatamente, não escrevo nada neste espaço e é impossível evitar a pergunta que reverbera em minha mente: "por quê?" Não sei. A resposta é assim simples.
O tempo é uma noção estranha, para mim é mais estranha ainda. Não é uma linha contínua, mas um campo extenso em cuja superfície é possível flutuar em diversas direções. Eu flutuo em saltos estranhos, me perco, às vezes. Não parece que passou um ano, nem sei o que parece.
Obviamente, tenho consciência de que para a maioria das pessoas o tempo é aquela linha contínua unidirecional, sobre a qual elas caminham, caminham, caminham. Tenho bem clara em minha mente a certeza de que, por isso, ninguém mais há que visite regularmente este espaço. O ano passou para todos, muito mais do que para mim, e ninguém se lembra de Josephine.
Mesmo consciente de meu ocaso, insisto em escrever, pois minha vontade de me expressar não se incomoda com o fato de não haver interlocutor disponível.
Os sequilhos do pacote estão acabando. Pouquíssimos ainda estão inteiros, a maioria, esfacelada, pouco conserva da rosquinha que já foi um dia. Não, isso não é poético, nem tem um significado oculto. É um comentário banal sobre acontecimentos banais. Todos os dias milhões de pacotes de bolachinhas acabam, e isso é corriqueiro, porém imensamente triste e é um assunto sobre o qual não vale a pena discorrer, pois não quero fazer um post depressivo.
Lavei minha vida e a pendurei no varal, para secar. Ficou esquecida lá, durante uma semana de inverno, e tive de lavar de novo, para tirar o cheiro de mofo. Estendi no varal novamente em um dia de sol, em um ano de sol entre nuvens. Agora resolvi lavar de novo e colocar de molho em amaciante. Tudo pronto, foi novamente para o varal. Parece seca, não sei, mas está com um cheiro muito bom, dá vontade de abraçar. Visto minha vida agora depois de tanto tempo, já meio sem jeito, vendo o quanto emagreci, pensando em um ou outro ajuste que precisarei fazer para tirar a sensação de estar vestindo um saco de batatas.
Ainda combina comigo, mas precisa daqueles ajustes. Um sapato novo, um brinco diferente. Descobrir de novo com o que ela combina. Finalmente me sinto confortável e, sentada à máquina de costura, planejo as alterações necessárias para uma nova estréia. Sem pressa.
Ponho o tempo na gaveta para que ele não me incomode. Desliguei a televisão, desliguei o mundo exterior. Por enquanto meu interesse é apenas na reforma. Nas horas vagas, escreverei novamente, para desligar um pouco mais enquanto os consertos são feitos.
Fechei o pacote dos sequilhos antes que eles acabassem. Disfarço e finjo que eles ainda têm tempo. É uma quantidade ínfima, mas é melhor esperar para comê-los quando eu realmente tiver vontade, não pela simples obrigação de terminar o pacote. Sem pressa.
---
PS: Agora é que me dei conta de que não escrevo aqui há quase DOIS anos. Eis a prova de que o tempo, para mim, é diferente. Mas explico: cheguei a escrever um post aqui há um ano, mas não concluí e ele está até hoje nos rascunhos, incompleto. Fechado, como o pacote de sequilhos, na esperança de que dure um pouco mais.
O tempo é uma noção estranha, para mim é mais estranha ainda. Não é uma linha contínua, mas um campo extenso em cuja superfície é possível flutuar em diversas direções. Eu flutuo em saltos estranhos, me perco, às vezes. Não parece que passou um ano, nem sei o que parece.
Obviamente, tenho consciência de que para a maioria das pessoas o tempo é aquela linha contínua unidirecional, sobre a qual elas caminham, caminham, caminham. Tenho bem clara em minha mente a certeza de que, por isso, ninguém mais há que visite regularmente este espaço. O ano passou para todos, muito mais do que para mim, e ninguém se lembra de Josephine.
Mesmo consciente de meu ocaso, insisto em escrever, pois minha vontade de me expressar não se incomoda com o fato de não haver interlocutor disponível.
Os sequilhos do pacote estão acabando. Pouquíssimos ainda estão inteiros, a maioria, esfacelada, pouco conserva da rosquinha que já foi um dia. Não, isso não é poético, nem tem um significado oculto. É um comentário banal sobre acontecimentos banais. Todos os dias milhões de pacotes de bolachinhas acabam, e isso é corriqueiro, porém imensamente triste e é um assunto sobre o qual não vale a pena discorrer, pois não quero fazer um post depressivo.
Lavei minha vida e a pendurei no varal, para secar. Ficou esquecida lá, durante uma semana de inverno, e tive de lavar de novo, para tirar o cheiro de mofo. Estendi no varal novamente em um dia de sol, em um ano de sol entre nuvens. Agora resolvi lavar de novo e colocar de molho em amaciante. Tudo pronto, foi novamente para o varal. Parece seca, não sei, mas está com um cheiro muito bom, dá vontade de abraçar. Visto minha vida agora depois de tanto tempo, já meio sem jeito, vendo o quanto emagreci, pensando em um ou outro ajuste que precisarei fazer para tirar a sensação de estar vestindo um saco de batatas.
Ainda combina comigo, mas precisa daqueles ajustes. Um sapato novo, um brinco diferente. Descobrir de novo com o que ela combina. Finalmente me sinto confortável e, sentada à máquina de costura, planejo as alterações necessárias para uma nova estréia. Sem pressa.
Ponho o tempo na gaveta para que ele não me incomode. Desliguei a televisão, desliguei o mundo exterior. Por enquanto meu interesse é apenas na reforma. Nas horas vagas, escreverei novamente, para desligar um pouco mais enquanto os consertos são feitos.
Fechei o pacote dos sequilhos antes que eles acabassem. Disfarço e finjo que eles ainda têm tempo. É uma quantidade ínfima, mas é melhor esperar para comê-los quando eu realmente tiver vontade, não pela simples obrigação de terminar o pacote. Sem pressa.
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PS: Agora é que me dei conta de que não escrevo aqui há quase DOIS anos. Eis a prova de que o tempo, para mim, é diferente. Mas explico: cheguei a escrever um post aqui há um ano, mas não concluí e ele está até hoje nos rascunhos, incompleto. Fechado, como o pacote de sequilhos, na esperança de que dure um pouco mais.
3 Comments:
Bem-vinda de volta, se acaso se lembrar de mim -- afinal, terão nomes os sequilhos de todos os pacotes do mundo? Lembranças ao Edmund.
(Salvo engano, a Seven Boys não existe mais. Imagino que os sete meninos tenham crescido e ficado com vergonha de ter dado um nome como este. Agora temos a Panco.)
NOSSA VOCÊ VOLTOU! UAU!
Que bom, pois é, mudanças, arranjos e etc, a vida é assim mesmo. Boa sorte.
Saudades :p
Olá..., adorei seu blog...
Bjusss
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