Sumiço
Não soube do Edmund o dia inteiro. Me disseram que ele passou a noite no trabalho e foi cedo para casa. Bati na porta, mas ninguém me atendeu, provavelmente ele desmaiou por lá. Não tenho a chave do apartamento (amanhã providencio isso), o jeito era arrombar a porta. Obviamente, com meus poucos quilos eu jamais conseguiria fazê-lo e também não conhecia nenhum indivíduo corpulento o suficiente que pudesse executar tal serviço.
Após breve e desesperadora pausa, concluí que o melhor a fazer era chamar o chaveiro. O rapaz, pouco educado, quase não falou comigo e ainda me cobrou os olhos da cara, que negociei, trocando pelo mesmo valor em dinheiro. Só tenho dois olhos na cara (e nenhum em outro lugar) e eles me fariam muita falta caso tivesse que usá-los como pagamento.
A porta aberta, dispensei o abridor de portas e procurei por Edmund. O apartamento não é muito grande, mas Edmund tem uma incrível capacidade de se esconder nos lugares mais estapafúrdios. Obviamente, comecei primeiro pelos lugares mais estapafúrdios. Atrás do rack, dentro da máquina de lavar, em cima do guarda-roupa, na secadora, dentro do freezer, sob a mesa da cozinha....e nada.
Procurei embaixo da cama e, desolada, sentei sobre o colchão, desistente. Então percebi que havia um corpo sob o edredom. Era Edmund! Desmaiado, irreconhecível com aquele monte de cabelo sobre o rosto (lembrar de levá-lo ao cabelereiro para aparar os fios). Tentei sacudí-lo, chamei-o pelo nome e nada....ao menos ainda respirava. E não, não tomou nenhum remédio hoje, ao que pude checar.
Desisti. Vou deixá-lo desmaiado pelo tempo em que julgar necessário. Voltei para casa e até agora ele não me ligou, não escreveu, não fez contato por transmissão de pensamento, nada. Mas tinha que escrever alguma coisa no Diário, afinal de contas, isso é um diário. Diário deve ser atualizado diariamente, senão tranforma-se em semanário, mesário, quinzenário, bimestrário, semestrário, anuário, bienário, etc, etc, etc...
Então é isso. Sem novidades por hoje. Eu também nada fiz, preocupada com o pseudo-desaparecimento de Edmund. Às vezes acho que ele pode estar me iludindo com toda essa conversa de amor, pode estar interessado apenas em uma enfermeira particular sem custo adicional. Sei que isso não é nem um pouco romântico, mas Edmund por vezes me confunde.
Apesar de tudo, um dia sem vê-lo e já sinto saudade. Qualquer novidade, volto a postar.
Após breve e desesperadora pausa, concluí que o melhor a fazer era chamar o chaveiro. O rapaz, pouco educado, quase não falou comigo e ainda me cobrou os olhos da cara, que negociei, trocando pelo mesmo valor em dinheiro. Só tenho dois olhos na cara (e nenhum em outro lugar) e eles me fariam muita falta caso tivesse que usá-los como pagamento.
A porta aberta, dispensei o abridor de portas e procurei por Edmund. O apartamento não é muito grande, mas Edmund tem uma incrível capacidade de se esconder nos lugares mais estapafúrdios. Obviamente, comecei primeiro pelos lugares mais estapafúrdios. Atrás do rack, dentro da máquina de lavar, em cima do guarda-roupa, na secadora, dentro do freezer, sob a mesa da cozinha....e nada.
Procurei embaixo da cama e, desolada, sentei sobre o colchão, desistente. Então percebi que havia um corpo sob o edredom. Era Edmund! Desmaiado, irreconhecível com aquele monte de cabelo sobre o rosto (lembrar de levá-lo ao cabelereiro para aparar os fios). Tentei sacudí-lo, chamei-o pelo nome e nada....ao menos ainda respirava. E não, não tomou nenhum remédio hoje, ao que pude checar.
Desisti. Vou deixá-lo desmaiado pelo tempo em que julgar necessário. Voltei para casa e até agora ele não me ligou, não escreveu, não fez contato por transmissão de pensamento, nada. Mas tinha que escrever alguma coisa no Diário, afinal de contas, isso é um diário. Diário deve ser atualizado diariamente, senão tranforma-se em semanário, mesário, quinzenário, bimestrário, semestrário, anuário, bienário, etc, etc, etc...
Então é isso. Sem novidades por hoje. Eu também nada fiz, preocupada com o pseudo-desaparecimento de Edmund. Às vezes acho que ele pode estar me iludindo com toda essa conversa de amor, pode estar interessado apenas em uma enfermeira particular sem custo adicional. Sei que isso não é nem um pouco romântico, mas Edmund por vezes me confunde.
Apesar de tudo, um dia sem vê-lo e já sinto saudade. Qualquer novidade, volto a postar.
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